26 novembro, 2008

Seca

Chegava o tempo de frio. E frio também não fazia. Mas faltava a liqüidez do pensamento e só restava a sede. E a garganta em experiência do árido. A terra na dureza de si mesma e do que nela vivia e que não pedia mão e suor. Terra de vontade de vida só.

21 novembro, 2008

Lunar

E ela não foi vista. Somente se via as sombras por entre as folhas, criando formas, arguindo a imaginação. A mão, aquecida por uma vontade de carinho, frágil e intensa como um acontecimento, um instante que já passa ao longe, soprando nos cabelos, uma saudade guardada nas unhas.

14 novembro, 2008

É pesado o lápis. E as mãos se dividem entre os operários em frente à reitoria e os bailarinos. Inquietas por levantar vôo papel afora, parede e memória. As mãos desconhecem a gravidade.

Preciso urgentemente de caneta por quem meus dedos se apaixonem. Que ela tenha a velocidade que é livre dos atritos dos pensamentos. E que deixe minha mão insone de amor pela tinta com que desenho a alma do mundo.

Cores para noites sem lua