19 agosto, 2009

Mesóclise

Era um sujeito oblíquo e cheio de futuros. Também dissimulado? Mostrar-lhe-ia os tempos de um encontro em uma ação que não seria nada além que um desejo.

10 agosto, 2009

O nome dele

Vasculho as pastas que há muito deveria ter organizado e busco o reconhecimento, o entendimento de mim tentando antipatizar com Caetano Veloso. E o que mais pode fazer o olvido? E errar é difícil porque foi inventada a escrita e dela sabemos as regras e submeter é o desejo de seguir. O problema das coisas é que trazem junto pessoas, esse mínimo em que tudo é, os canteiros de fazer brotar horta e jardim. O programa pirateado recomenda crases e um devido uso de se, esse acaso que nos acontece e, tudo o que reza, o faz pela hora da morte, pelo encontro com o silêncio. E por isso o rádio é ligado, calando as inquietações. E que maior proximidade e poder tem esse Deus que me leva em si? Não sei, mas eu O chamo Música.

03 agosto, 2009

O que é?

Tinha pés e nariz laranja. Grande, oval e fofo, nariz? Dali saía uma piteira que tecia, com a fumaça do cigarro, um cachecol ansioso e confuso procurando por um pescoço inexistente. Usava uma cartola e, no lugar de braços, algo como asas, pequenas e gorduchas asas. Todo ele pequeno, embora ocupasse muito espaço e, ciente disso, desafiava com os olhos que o contestassem. Amarelo, mas sem muita distinção de pelos ou penas. Mostrava uma inquietação de Eva antes de interpretar Annie e cantar Tomorrow. Perguntou:

- Quem é você?

- Nada além da mão que segura o lápis... e você, faz idéia de quem seja?

- Verdade... não tenho muita idéia... poderia me ajudar?

- O que EU poderia fazer?

- Diga! Quem sou eu?

Não poderia dizer. Era feito de inutilidades. A cartola que não poderia voltar à cabeça, caso caisse e aquele cigarro, que seria sempre o último... E tudo por causa dos braços feito asas... Ser perfeito, para os simpatizantes de ornitorrincos e da sofisticação do inusitado. Um traço da irreverência ranzinza da vida.

Cores para noites sem lua