13 junho, 2010

vastamento

um salão dessa vastidão de conter as imensidões das pequenices, retinas buscando estrelas. De uma luminosidade do respeito aos fotossensíveis e, embora nada se movesse, algo soprava. Um sussurro constante, repetindo, o que ainda restava por dizer. E atendendo ao chamado, eles surgiam e, tão rápido se vão quanto se demoram, sobre a cama, no banheiro, ao pé da cama, sobre a mesa. Espelhos? E em todos eles aquela timidez de dançarina de programa de auditório. Os mais ousados se lançam sobre os outros, ávidos. E aí, Maurice diria que o nome é Baudelaire e, em outra circunstância se sentariam lado a lado, e falariam sobre as personagens que nos envolviam por enquanto agonizo e lhe diria: somos perecíveis. E também ela se foi e, outra, ou outra, retorna. Em alguma página. Todos eles ali, naquele salão de silêncio sussurrante, mudos. Mudavam. Em busca de voz.

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