06 novembro, 2010

Se sentava na muretinha, na beirada da rua para vê-lo passar. O moço bonito, de olhar emoldurado. Houve tempo em que só o que os separa era um corredor e duas portas, mas tantos eram os trânsitos em seus respectivos apartamentos e mundos que poucas vezes se cruzavam. No ponto de ônibus, na lavanderia, no laranja da blusa e dos sapatos. E que bom que exista céu, noite, lua e estrelas para que haja estimulo pra se vencer distâncias. A mesma percorrida pelo charuto cubano para ser degustado nos degraus da uma lavanderia, janela aberta pra música. E é pela janela que ele passa, ao longe, no rastro de qualquer instrumento desses de levar e trazer chão, em qualquer palavra. Em qualquer Terra que lhes fosse uma só, de onde olhariam o céu buscando sabe-se lá o quê e, por ser errante, se encontrando. Já disse a menina pensamenteira, distância no espaço qualquer bicho alado derrota, a distância no tempo é que para ficar desimpossível demora. Seguiam por ele.

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Cores para noites sem lua