16 outubro, 2009

Com quantas palavras se diz a poesia de cada um? Sempre gritava, se anunciando, sendo o inesperado aguardado. Na outra noite foi assim, bebeu caipirinha, mas o aspartame que fez com que vomitasse. Podia aparecer agora. E como naquela manhã, subiu correndo e foi entrando, tão dono que era do mundo dela. Mas foi em silêncio que chegou e quando ela abriu a porta voltou a ser o mesmo. Trazia duas sacolas plásticas, cheias, estufadas de levezas, tornando engraçado o cuidado com que as segurava. foi bem no meio do quarto que despejou seu conteúdo, o que havia juntado pelo caminho. Se desenharam ali as tardes de outubro que ainda, e depois de tanto tempo, se fantasiavam de maio, como a saudade de chegar e partir. Em todas as suas ruas crasciam as patas de vaca. E aquelas vagens traziam aos os pés a crocância de errar e tornavam familiares todas as paisagens que ainda seriam. Estavam em toda parte, menos ali, onde as buzinas e o tumulto haviam lhe aprisionado. Disse, a puxando pela mão: pra não esquecer que também é divertido. Lembraram do bom da rua, os pés. Poesia tem tanta finalidade e explicação quanto vida se fazendo. No falso chão, sem terra e sem raiz, a muda brotou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cores para noites sem lua