24 abril, 2009

Agora há essa noite que me ilumina. E a neblina que me faz ver. Em frente à árvore que me mora há um nutrido arbusto, defronte das janelas iluminadas e dos outros dois, em cuja direção seguia, estranhamente desalinhado e, mais adiante, na direção do onde vim, um suspeito grupo de células. Pessoas? Parecem coisas vivas. Não tão vivas quanto as coisas que se olham, mas vivas. Tão vivas quanto esses objetos de conter e vazar escritas que falam. Dizem. Essas coisas que ninguém entende. Mas, e a sensação? E o que fazer com esse vôo do que mata para fazer viver? Ouço o pio das pequenas e famintas corujas. E que canto é esse, tão diverso dos bichos do mar e das outras aves, libertadas de suas gaiolas por terem fome e sede? () De céu. Diverso por tanta boca se dizer e meu verso, por não se guardar como todo o resto, se evadindo de mim, me deixando pelo caminho e me acompanhando. Essas coisas esvoaçantes e gasosas, ácidas e com o cheiro do que se digere. Todos os cadáveres que nos alimentam. Palavras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cores para noites sem lua