04 abril, 2008

O guarda-chuva


E também ela, certa vez, com um guarda-chuva que quase a levava pelos ares, teve medo de morrer. E que outro querer mais poderia ter no mundo o que vive? Mas queria morrer no meio de sua gente. Medo mesmo não era de morte, era da falta de olhos de agradecer e ter saudade. E por isso estava ali. E sempre existiu no peito, desde o guarda-chuva, o desejo de ser levada e ser, ela própria, o vento. Mas, mesmo assim, voltaria e os protegeria de seu temor. Tinha olhos de agradecer e guardar saudade.

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