17 maio, 2009

Vestidos II

E onde mais encontraria vastidão tão grande de caber Deus do que na pequenez de um sentir sem entendimento e palavra de ser dito e que morava no peito e saía de passeio vagueando pela cabeça? E era a criança despida de força, só conservando a coragem de ter medo e a fragilidade do prestes a se perder. Era a última filha. A que não tinha reservado o lado direito e nem o esquerdo e que não o chamava de pai. Mas havia ganhado um vestido azul. E se sentava no colo de Deus para recusar o seu consolo.

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