03 junho, 2009

A carta

A carta que você não me escreveu se parece com aquela que recebi quando ainda não o amava. A que falava dos desertos que reconhecia ainda florestas. Mas vieram outras, o tesouro do inesperado. O menino que achava horrível o namorado imaginário e marcava encontros com bicicletas e que considerou o empate viável já que cruzeiro era ela, e aquelas estrelas, e o galo era a força de que precisava para continuar a desejar e que o fez dizer, diante da despedida: se seu time ganhar eu não vou ficar triste não. Brotavam as minas e sentimentos que fluem de mim e que chegam ao mundo pela porta dos olhos com a certeza de valer um dizer que não lembro mas que também não vou esquecer.

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