Terra,
Te escrevo para dar as notícias do que não sei, já que, o que sei sempre se desfaz diante das lembranças. As ruas, as noites e os telhados permanecem iguais. Talvez, mais empoeirados, como tudo o que, embora mude, permanece. Me faço o sentimento e você. A grama continua rente ao chão e ainda não a vejo em árvores e os gatos se tornaram boa companhia e professores. Aprendo as gatices de seduzir e a sofisticação da preguiça, a buscar os prazeres de uma existência noturna. A ouvir os chamados da noite. Ser fora do próprio tempo. E, não mais somente durante as noites, desperto com seus passos e para o seu beijo. A maioria dos dias que moram em mim continuam sendo os de sol, mas sinto chegando os amores pelos dias de chuva, esses exercícios de saudade que permitem a visita ao tempo em que somente respirar já era viver. E no calor, ou na falta dele, nas cores intensas, e nos aconchegos nublados, dos meus olhos os dias pedem beleza para a dizer aos seus. O ritmo da vida dita passos de uma dança feita para os meus pés em você e percebo essa brutalidade delicada que me leva por entre tantos como se não existissem e me deixo levar, e ficar, pela pressa e a preguiça de existir em multidões e
Aquarela Carioca - 1989
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1 - *Rua Japerí*
Papito
2 - *African Market Place*
Abdullah Ibrahin
3 - *Mantra*
Folclore da Índia
4 - *Cascavel*
Papito - Paulo Muylaert
5 - *Top Ten - Ba...
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