17 março, 2008

A profissão de deus

O cansaço, o tédio e o sono deveriam ter lhe denunciado. Estava atrasado e com aquele inconfundível gosto de cabo de guarda-chuva na boca. Virando o corredor, notou a mocinha que vinha apressada ao seu encontro. Sentaram-se ao lado um do outro algumas vezes e, em algumas culturas, sentar ao lado é mesmo grande intimidade. Não poderia fugir e antes que tentasse, ela disse: Você sumiu! O que tem feito? Trabalhando muito? Emagreceu! Tá se alimentando direito? Se cuida heim?! Não é só deus que mata não. Nem teve tempo de inventariar seus hábitos, tão forte foi o impacto da revelação. Então era mesmo verdade. Haviam outros agentes de viagem...

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