No começo havia a luz que feria e a fazia chorar. E antes das palavras bailarinas e da insuficiência dos lenços de papel, buscava as hastes sem lentes, que usava como armadura. As molduras de ver de que não precisava, embora delas necessitasse. Não havia o defeito físico, ótico, o defeito era sentir. Excesso de sentimentos e de vida. O mundo, peso demais para um corpo somente corpo. Frágil carne e vísceras e fluídos. O olho nu era poro, vertedouro do suor pela fadiga em ser o que não se sabe. As molduras eram a salvação. Alinhavam o cotidiano, enfileiravam céu, cães, casas, pessoas, lixo, roupas, pão e vozes para que em si pudessem ser. Com suas molduras, distinguia o indistinguível e, tola e ousada, buscava caminhos não pisados em direção a todas as coisas. Fotografava cheiro de mato e de gente, dos desejos das gentes, as cores possíveis no escuro, hálito de vento e água. Mapas de para onde seguir e que não seriam mais do que névoa. Em algumas circunstâncias é possível o olhar sem moldura. Não para chorar, mas para ser atingida pelo excesso de claridade de todo começo.
CHEGA DE CHACINA! PELO FIM DA POLÍCIA ASSASSINA! MAIS DE 130 EXECUTADOS
PELO GOVERNO GENOCIDA DE CLÁUDIO CASTRO
-
O governador fascista e genocida Cláudio Castro (PL) perpetrou a mais letal
chacina da história do Rio de Janeiro na maior operação montada para este
fi...
Há 2 semanas
Nenhum comentário:
Postar um comentário