23 março, 2008

Janela

E como só pode o que vive, experimentava o cúmulo da dor e do prazer. Perdida a janela de onde via o próprio mundo. E não alcançá-la era já o desespero. A angústia de saber um mundo sem ter de onde que o pudesse ver. E, se não fosse essa, nenhuma outra serviria agora. Em ânsias de maldição, no prestes a ruir, eis, escondida sob a cama, jogada ao canto, abandonada pelo excesso de intimidade e contato. E as lágrimas de frustração eram a alegria. De novo havia a possibilidade do mundo. E o poderia ver bem de lá, dela: a felicidade clandestina.

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